Os Egípcios Antigos acreditavam que o corpo e a alma eram separados após a morte. A sobrevivência do corpo era necessária para a sobrevivência do ka, do ba e do akh.
Mantendo o corpo bem preservado haveria sempre uma morada para onde a alma poderia retornar.
A mumificação era um processo bastante demorado e trabalhoso e exigia pessoas qualificadas para tal.
- A palavra múmia
O processo da mumificação consiste em cobrir o corpo com uma substância negra conhecida como betume. A palavra persa para betume é moumia de onde derivou o termo múmia.
- As primeiras múmias
Elas surgiram há cerca de 3.000 anos na 1ª dinastia. A princípio as técnicas eram rudes, mas foram se aperfeiçoando com o tempo.
- A profissão de Embalsamador
Embalsamador era a profissão de quem produzia as múmias, era um cargo de grande importância e prestígio no Antigo Egito. Havia lugares especialmente construídos para tal finalidade onde os embalsamadores trabalhavam. Este local era conhecido como a Casa da Purificação.
O processo consistia em levar a múmia para a Casa da Purificação ou Per-nefer, onde o corpo era preparado. Primeiramente o cérebro era extraído pelas cavidades nasais a partir do uso de finas pinças de ferro. Alguns embalsamadores preenchiam a cavidade do cérebro com betume. O cérebro em si era descartado.
O próximo passo era remover os órgãos internos a partir de uma incisão no flanco esquerdo onde, com uma faca de silex, eram retirados os pulmões, o fígado, estômago e intestinos. O coração era deixado no lugar, pois, segundo a tradição o coração era o lugar onde residiam as emoções e não podia ser retirado. Os órgãos eram então colocados em vasos especiais conhecidos como vasos Canopos.
Eles eram vasos protegidos por Deuses a fim de proteger os órgãos do falecido.
Após a remoção dos órgãos o corpo erra coberto por um sal conhecido como Natrão, nome dado a proveniência deste sal, Wadi El-Natrun. O corpo então permanecia assim por cerca de 40 dias para desidratar.
Na próxima etapa o corpo era lavado e tratado com óleos aromáticos, bálsamos, goma arábica e cominho. Em certas épocas os órgãos internos eram embalsamados separadamente.
Também era de acordo com a época que os olhos eram cobertos com bolas de linho ou então eram extraídos e substituídos por olhos de vidro pintados.
Para manter a firmeza da pele uma camada de betume era aplicada sobre ela. Após esta fase o corpo estava pronto para ser coberto com bandagens de linho fino. Eram gastos entre 300 e 500 metros de linho por múmia.
O processo todo durava cerca de 70 dias e conforme o status social da pessoa, amuletos eram colocados junto às bandagens para proteger o morto.
Vários processos da Mumificação são conhecidos, o melhor deles está descrito nos Textos Antigos das Pirâmides.
Olga Maria Dantas
Presidente
Egiptologia Brasileira
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