SELO DE SALOMÃO

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quinta-feira, 3 de março de 2011

GOTEIRA (Carta de um Profano a outro)

QQuer.'.IIr.'.

S.'.F.'.U.'.
Carta de um profano a outro.


Zé,
Priciso ti contá esta história.
Tava eu numa noite dessas procurando uma loja de coisas da tua profissão, prá comprá o seu presente de Natal, quando encontrei um predião que me apontaram, tudo acesso, cheio de gente, Eta turma boa.
Perguntei: “- Aqui é loja de pedreiros ?” – Invés de resposta, só foi abraço. Descobriram logo que sou mecânico, Zé, porque todo mundo me perguntava onde ficava a minha oficina.
Lojona bonita, com quadros, tapetes, até livro de visitas tinha que assiná. Gozado, com aquele calorão doido, queriam saber quantos graus estava fazendo e não tinha termômetro. Devia tá mais de 30, então “carquei lá no livrão: 33”. Acho que acertei na mosca, porque todo mundo me abraçava bastante.
Depois todo mundo entrou pro salão onde tava as mercadorias. Tinha cuié de pedreiro, prumo, nível, esquadro, alavanca, até pedra. Tinha também mesas e cadeiras que não acabava mais. Acho que algumas dessas mesas tava com o tampo solto porque os caras pegaram uns martelinhos e começaram a batê. Até a porta devia está emperrada, porque um sujeito começou a batê com o cabo de um espeto.
Depois pensei que um indivíduo lá era cego. Perguntou onde sentava fulano...., onde sentava o sicrano..., queira saber que horas eram..., coitado ! Teve um espírito de porco que falou prá ele que era meio-dia em ponto. E não é que ele acreditou !
Depois outro sujeito foi perto dele e começaram a cochichar aqui e ali. Um deles reclamou  de um tal de Arão que fez um estrago com óleo. Disse que derramou na cabeça, na barba e no vestido de uma tal de Dona Orla. Confirmei que o cara era cego porque ele falou que a loja tava aberta e então olhei e vi que tava fechada. Nessa hora notei que até você era conhecido. Sentiram sua falta e começaram a perguntar: “e o Zé?, e o Zé?, e o Zé?”.
Depois agüentei um tempão um sujeito falá umas baboseiras que não entendí nada e, até que enfim, mandaram fazer as propostas. Veio outro sujeito recolher elas com saquinho e então mandei a minha: dava cinqüenta mangos naquela corda pindurada lá em cima, toda enroscada.
Sabe? O cara tava se fazendo mesmo de cego. Ele leu a minha proposta e não disse nada. Acho que fui munheca demais. Aí inventaram que estava chovendo, que tinha goteira na loja e acabaram me pondo prá fora.
Tá certo, Zé, era justo, era perfeito. Mas se acharam pouco o valor que eu escreví, bem que podiam fazer uma contraproposta, não acha ?
T.'.F.'.A.'.

João Luiz Coyado Reverte.'. M.'.M.'.

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